Estamos chegando ao fim do período e, consequentemente, à última
postagem no nosso querido blog. Durante todas as postagens anteriores tentei
buscar alternativas no Brasil e no mundo para a resolução do grave problema da
desnutrição infantil que ainda acomete cerca de 20 milhões de crianças em todo
o mundo.
De todas as alternativas apresentadas a melhor alternativa sem dúvidas
foi o uso dos Alimentos Terapêuticos Pronto para Uso, que é fornecido pela
Unicef principalmente em países africanos através de acordos com a empresa
detentora da patente do produto. As principais qualidades desse alimento é o
fato de já virem com os nutrientes em quantidades corretas e em porções ideias
o que não requer treinamento na alimentação da criança por parte da mãe.
Criança africana se alimentando de RUTF
Outros benefícios desses RUTF (sigla em inglês que significa
Ready-to-Use Therapeutic Food) são o fato de não precisar ser misturado com
água, evitando assim o risco de proliferação de bactérias em caso de
contaminação acidental, além de não correr o risco de perder nutrientes durante
o cozimento, pois não é necessário fazê-lo. Esses alimentos foram uma
verdadeira revolução no combate à desnutrição infantil no mundo.
No Brasil, vimos vários programas que foram adotados pelo governo
federal no intuito de diminuir a desnutrição, o que realmente aconteceu, mas
não de maneira uniforme. Áreas mais distantes das capitais e das grandes
metrópoles ainda são acometidas com uma taxa relativamente alta de desnutrição
infantil, a exemplo das crianças indígenas.
Segundo o DataSUS, 55% das mortes por desnutrição infantil no Brasil
ocorre entre crianças indígenas, o que provoca preocupação entre os órgãos que
trabalham na proteção dos índios, a exemplo da FUNAE. Isso se deve
principalmente pela mudança dos hábitos alimentares dos índios devido ao
contato com os brancos, como o abandono das práticas agrícolas, a menor oferta
de caça e pelo incentivo monetário, dado a partir dos salários, benefícios
sociais e aposentadorias. Tudo isso fez com que os indígenas passassem a
comprar ao invés de produzir.
Enfim, a desnutrição infantil ainda é um problema sério que deve ser
contornado pelo esforço de todos, tanto dos países envolvidos, como de países
desenvolvidos que contribuem também para esse quadro, mesmo que de forma
indireta através do capitalismo feroz.
Bom, pessoal, é assim que terminamos as nossas enriquecedoras discussões
acerca dos problemas da fome no mundo e, principalmente, da desnutrição
infantil. Boas férias a todos e até o próximo período.
Fontes:
http://www.questaoindigena.org/2013/04/governo-do-acre-cria-plano-emergencial.html
http://www.greenme.com.br/viver/especial-criancas/102-desnutricao-de-criancas-indigenas-e-responsavel-por-55-das-mortes-registradas-no-brasil
http://motherchildnutrition.org/malnutrition-management/info/rutf-plumpy-nut.html#.U96g3ONdV1Y
http://www.who.int/maternal_child_adolescent/topics/child/malnutrition/en/