Apesar do Brasil ter diminuído muito o
déficit de peso ideal em crianças nas últimas décadas, como colocado em
postagens passadas, ainda há diferenças entre as diversas regiões do país
devido ao tamanho do território brasileiro e às diferenças de renda existentes.
Assim, alguns organismos têm surgido no sentido de socorrer essas crianças
brasileiras que ainda estão dentro da faixa da desnutrição infantil.
Um exemplo é a Pastoral da Criança,
organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
que atua na organização da comunidade e na capacitação de líderes comunitários
que ali vivem para o acompanhamento e estruturação das famílias que vivem
próximas às UBS no sentido de promover o apoio integral às crianças que ali
vivem. Fundada em 1983, na cidade de Florestópolis, Paraná, pela médica
sanitarista e pediatra, Dra. Zilda Arns Neumann, e pelo então Arcebispo de
Londrina, hoje cardeal emérito, Dom Geraldo Majella Agnelo. A Pastoral da
Criança hoje se faz presente em todos os estados brasileiros e em outros 21
países da África, Ásia, América Latina e Caribe.
A filosofia humanitária da Pastoral
pode ser resumida em sua visão e missão que são:
- Visão: trabalhar por um mundo sem mortes materno-infantis evitáveis e onde todas as crianças possam viver em ambiente favorável ao seu desenvolvimento.
- Missão: promover o desenvolvimento das crianças desde o ventre materno até os seis anos, orientando e contribuindo para que as famílias e comunidades sejam agentes da própria transformação.
As ações básicas da Pastoral se iniciam
quando a criança ainda está no útero, pois entendem que todo mundo tem o
direito de viver com dignidade e esse direito se inicia na concepção de uma
nova vida e, por isso, começam as atividades já com a gestante orientando sobre
a importância do pré-natal, de um parto de qualidade, do alojamento conjunto e
do aleitamento materno. Em cada visita mensal, o líder entrega para a gestante
uma cartela com informações preciosas sobre o período de sua gravidez e o
desenvolvimento do bebê.
Esse acompanhamento se faz necessário
pelo fato de a dieta da mãe interferir diretamente no metabolismo da criança,
pois a criança depende dos nutrientes vindos da mãe através do cordão
umbilical.
Durante o período fetal e neonatal a
energia derivada para o feto provém continuamente via cordão umbilical na forma
de glicose, lactato derivado de glicose e em menor escala dos aminoácidos. A
neoglicogênese hepática pode ocorrer no útero e certamente, após o nascimento.
No entanto, não se verifica a conversão de aminoácidos para glicose. Da mesma
forma, ácidos graxos ou corpos cetônicos não suprem energia para o feto sendo
armazenada no feto próximo ao termo da gestação. A gordura acumula-se à razão
de 100 calorias por dia no último mês de gestação, especialmente na nuca, no
pericárdio e fígado sob a forma de "gordura marrom", rapidamente
mobilizada ao nascimento para controle da temperatura do RN.
O glicogênio , fonte vital de energia
para o RN nas primeiras horas de vida, acumula-se especialmente no fígado ( 5%
do seu peso) e no músculo cardíaco(4 % do peso). Estes estoques são
prejudicados quando ocorre prematuridade, retardo de crescimento intra-útero ou
anóxia neonatal.
Após o nascimento da criança os líderes
orientam as mães, pais e familiares a acompanhar e cuidar do desenvolvimento da
criança em cada etapa da vida. Orientam sobre os direitos, o desenvolvimento e
aprendizagem da criança, os sinais de risco para a saúde e dão informações para
a prevenção e tratamento da diarreia e de infecções respiratórias. Realizam
também avaliação nutricional, orientação sobre higiene, saúde bucal e
imunização.
Fontes:
http://www.nutricaoclinica.com.br/kids-nutrologia-pediatrica/nutrologia-pediatrica-metabolismo-energetico-na-crianca
http://pastoraldacrianca.org.br/pt/
É importante essa conscientização feita individualmente; ainda mais no caso de pessoas com menores níveis de escolaridade e que não tem pleno entendimento de como devem se portar durante e após a gravidez. O projeto da pastoral da criança se faz eficiente porque é feito por pessoas que tem a confiança dessas mães e que podem guia-las na direção de praticas mais saudáveis sem serem tachados como "intrometidos" e serem apenas ignorados como acontece bastante com as tentativas governamentais.
ResponderExcluirA forma de como foi dada a gestação e os cuidados pré-natais são fatores importantes para o desenvolvimento da criança após o nascimento. Isso, além de permitir uma vida melhor e livre de quaisquer patologias a esse quadro associadas, consequentemente diminui os gastos públicos com medidas que tratem dessas doenças quando elas já aconteceram, permitindo que mais recursos possam ser destinados a outros setores sociais de grande necessidade. Essa é a importância da atenção básica e de seus programas subjacentes, como a Estratégia de Saúde da Família, o Programa Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos, que, juntamente com a Pastoral da Criança, tentam diminuir esses índices que ainda são empecilhos para o desenvolvimento econômico-social brasileiro. Essa estratégia possui uma atuação tão louvável que já existe em vários outros países, como disse a postagem. Assim, reforça-se a ideia de que prevenir antes que os malefícios ocorram é uma visão bem mais vantajosa.
ResponderExcluirUm ponto específico da postagem me chamou atenção: a importância do cordão umbilical para o desenvolvimento do feto. Ele é a principal ligação entre os mamíferos (incluindo os humanos) e suas mães. É por ele que o bebê recebe os nutrientes necessários para seu desenvolvimento durante os nove meses de gestação, sendo formado por duas veias e uma artéria, envoltas por um tecido gelatinoso. É por causa do corte do cordão umbilical que os bebês, assim que saem da barriga da mãe, começam a respirar, já que, com o corte, boa parte do oxigênio que vinha da mãe pelo sangue não existe mais. Isso faz com que o líquido que estava nas vias do bebê seja absorvido ou expelido, criando uma via aérea entre a boca, o nariz e o pulmão. Com isso, o bebê passa a respirar. Ele também é fonte de diversos estudos sobre células-tronco. Desde o final da década de 80, milhares de transplantes já foram realizados usando o sangue do cordão umbilical, para as mais diversas doenças.
ResponderExcluirPesquisando mais sobre as ações da Pastoral da Criança, vi que o soro caseiro indicado por eles é bastante utilizado.Isso, porque no início da Pastoral da Criança, a desnutrição, a fome e a desidratação eram as principais causas de mortes infantis. Para reverter esse quadro, adotou-se o uso do Soro Caseiro e dos sais de reidratação oral. O soro caseiro é feito com água, sal e açúcar. O soro deve ser oferecido para prevenir a desidratação ou nos sintomas iniciais dela. A missão do líder da Pastoral da Criança não é só dar informação para a família acompanhada, é muito importante estar ao lado da mãe até que ela tenha confiança no Soro Caseiro. Além de ensinar os pais a fazer o soro caseiro, é preciso orientá-los a oferecer o soro sempre e em pequenas quantidades, observando os sinais de melhora. O soro contém os nutrientes essenciais para amenizar as condições de desnutrição e desidratação.
ResponderExcluirÉ realmente triste que muitas crianças morram atualmente por motivos evitáveis. Mais triste ainda é saber que muitas dessas mortes se dão graças a um trabalho mal feito durante o pré-natal. As proteínas são tão importantes para o corpo que sua falta ocasiona sintomas específicos como o Kwashiokor. Além de fornecer os alimentos, vale ressaltar que também é importante fornecer uma educação alimentar básica, que pode ser suficiente para evitar o sintoma citado acima, por exemplo.
ResponderExcluirChamou-me a atenção a produção de gordura marrom feita pelo feto pouco antes do nascimento. Os seres humanos adultos, diferente de alguns outros animais, quase não possuem gordura marrom, que serve basicamente para controle térmico do corpo, sendo mais comum em animais que hibernam. Em contrapartida, a gordura comum no ser humano é a branca, que é a responsável pelo armazenamento energético, estando ligada à falta de atividade física e alimentação inadequada, sendo apontada por muitos cientistas como ''gordura ruim''. Nesse sentido, estudos estão sendo desenvolvidos para converter a nossa gordura branca em marrom e assim ajudar no combate à obesidade, através de uma perda lipídica através da produção de calor.
ResponderExcluirÉ interessante que as iniciativas da Pastoral da Criaça se iniciem desde cedo , no perído pré-natal, que é extremamente importante para o desenvolvimento do feto. Antes do nascimento ocorrem as fases mais importantes de desenvolvimento da estrutura do feto, e exposição da mãe a condições de saúde ruins podem afetar fortemente o desenvolvimento da criança. Uma alimentação ruim ou exposição a agentes tóxicos, mesmo que levemente , apenas, podem gerar danos à saúde da criança pelo resto de sua vida.É possível, então, entender por que essa iniciativa da Pastoral da Criança é tão importante
ResponderExcluirRealmente, são muitas as doenças evitáveis em mães e bebês. Importante a atuação da pastoral da criança em informar e incentivar praticas de saúde nas comunidades brasileiras e de outros países. Um pré-natal bem feito evita muitas condições tanto para o bebe da gestação como para bebês de gestações futuras, como a sensibilização do fator Rh.
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